A construção do Pacaembu investiga a história do surgimento de um dos maiores estádio do Brasil em 1936, planejado num contexto de grande desenvolvimento da capital do estado, que cristalizou a imagem do progresso e da inovação, alicerçada numa estrutura comercial e industrial cada vez mais importante.

A construção do Estádio Municipal do Pacaembu sintetizou uma época de sedimentação do futebol popular, sua construção foi produto de um contexto de reformulação urbana e arquitetônica, marcado pelo espírito de servir ao desenvolvimento de uma ordem industrial, que buscava com exaustão beneficiar a acumulação do capital.

Para o poder público paulista, grande incentivador dessas transformações urbanas, o Estádio do Pacaembu ultrapassava os limites de mero espaço para a prática esportiva; mais que isso, tratava-se da construção de um """"monumento"""" cujo uso atenderia também a finalidades políticas, sobretudo com o intuito de legitimar o regime vigente.

A construção do Estádio do Pacaembu será analisada neste livro a partir de seu entendimento como um marco na popularização do futebol no país e como uma tentativa de intervenção do poder público no futebol, constituindo uma forma de controle sobre o esporte. Importantes questões serão aqui colocadas e repensadas: O que ficou mais vivo na memória dos paulistanos: a tentativa de manipulação, ainda que maquiada, do poder público sobre os esportes e sobre a grande 'massa' em festas cívicas realizadas no Pacaembu, ou os grandes clássicos que levavam os torcedores ao verdadeiro delírio coletivo? O futebol, enquanto prática cultural, é realmente passível de manipulações políticas? O futebol supriu as expectativas do governo enquanto integrador de massas? 

Aprofundando-se sobre detalhes histórico culturais da época, A construção do Pacaembu mostra que o estátio simboliza muito mais do que um marco para o futebol. Ele sintetiza a aproximação entre esportes e poder público, entre arquitetura e política, entre controle das massas e tentativas de legitimação de poder.