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Ixé Ygara Voltando Pra ’ Y’kûá (Sou Canoa Voltando Pra Enseada Do Rio)
Editora: URUTAU EDITORA
Avaliação:
R$ 45,00 á vista
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Quantidade:
Código: 9786559000531
Categoria: Poesia
Descrição Saiba mais informações
Este livro é um atravessamento. Os versos que atravessam os poemas antes disso atravessaram a história de um país inteiro, contada aqui pela voz poética de uma mulher na medida da sua travessia. A voz criada pela autora, uma mulher brasileira de origem na indígena, conta poema a poema a vivência de milhares de brasileiros cuja identidade e ancestralidade indígena foram atravessadas pela ocidentalização, mas que agora fazem uma nova travessia, a de volta, como uma canoa voltando pra enseada.
O fio condutor dos versos costura a diáspora e o retorno a si, uma retomada que, de dentro pra fora, acompanha o ciclo do mundo, uma reocupação do seu próprio território íntimo, mas tão pessoal quanto universal. E retornar a si mora no reconhecimento em ser ela mesma um resultado dialético da ilusão do Ocidente com sua origem e ancestralidade indígena, aquela que tem a casa com chão de água e paredes de ar.
A leitura conduz às sensações mais profundas de uma identidade que, marcada, cortada, ferida, gera uma nova identidade no corpo marcado da moça indígena ocidentalizada que aqui fala: angústias do capitalismo ocidental, pertencimento, não-pertencimento, o paradoxo de morar sob a composição de dois sentidos tão antagônicos, a presença e a vivência da cosmologia indígena, em que a natureza é tão somente si mesma, diz: o mar sou eu, tal e qual o vento, o céu, o pássaro, a, a água, a nuvem, e cuja a morte e a vida gozam do mesmo pleno sentido, estatuto e importância.
As páginas que aqui serão lidas são um passeio num Brasil contemporâneo, um passeio assombroso, doído e cheio de ternura neste país tão fortemente atravessado quanto são os poemas, uma seta, uma travessia onde a leitura de cada poema oferece um atravessamento no corpo de quem o maneja. Este livro é uma pedra, portanto. Uma pedra à beira do mar, exposta à ventania e à agua, que com o tempo, toma a forma do próprio tempo que o provoca. A pedra, em algum momento, que deixa de ser somente pedra e passa a ser também tudo que nela toca. A estrela valente, e o significado da literatura brasileira. Ellen Lima
Acabamento | Brochura |
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Páginas | 64 |
Data de publicação | 19/04/2021 |
Formato | 12x16,5 |
Lombada | 0.3 |
Altura | 0.3 |
Largura | 12 |
Comprimento | 16.5 |
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